A Editora Nova Fronteira, em edição especial, lança o livro de Sérgio Rodrigues “Elza, a Garota”.
Essa é uma história sempre bem escondida e nada divulgada do assassinato da jovem companheira de Miranda, secretário geral do PCB em 1936. Presos entre outros dirigentes do PCB, após a intentona comunista, Elvira Cupelo, de codinome Elza Fernandes (16 anos), foi libertada, ficando presos seu companheiro Miranda e seu irmão Cupelo entre outros.
Antes da prisão de Prestes, dirigentes do PCB foram sendo presos e a suspeita recaiu sobre Elza. Ela ficou em “prisão domiciliar” decidida pelo PCB em Guaratiba e depois transferida a uma casa em Guadalupe, após o tribunal constituído pelo PCB decidir sobre sua morte, mesmo sem nenhuma comprovação de que pudesse ter denunciado ou soubesse dos locais onde outros dirigentes estavam escondidos.
Como o assassinato -justiciamento- não era executado, Prestes em um bilhete de próprio punho exigiu o cumprimento da “pena”, em seguida executada de forma bárbara, por estrangulamento com fio, tendo seu corpo sido partido e enterrado no quintal da casa onde estava.
Em 1940, dois dos que participaram do assassinato -justiciamento- e que ainda estavam presos, resolveram contar a história. Para o ato da abertura do local, foram levados seu companheiro-marido e seu irmão, que viram escandalizados a brutalidade dos fatos, reagindo duramente e desligando-se do partido a partir dali.
Toda a documentação, as fotos do instituto médico legal, o bilhete de Luiz Carlos Prestes e os depoimentos estão disponíveis para consultas, num processo de quase 2 mil páginas do tribunal de segurança da época. Mesmo anos e anos mais tarde, Prestes nunca quis comentar este fato e quando perguntado pedia para não falar, pois se tratava de algo que nunca queria se lembrar.
A imprensa deu ampla cobertura aos fatos na época. O “esquecimento” posterior dificultou e até impossibilitou o contato com conhecidos e familiares. Por isso, Sergio Rodrigues tem que inserir juntos aos fatos documentados e a cobertura dos jornais, elementos prováveis em alguma medida romanceados.
A publicação de “Elza, a Garota” (como era conhecida) constrói um diagrama que estava incompleto com a publicação de “Olga”. Poder-se-ia desenhar dois pontos superiores separados, significando dois regimes para os quais as pessoas humanas específicas não tinham qualquer valor, ou pelo menos suas vidas não podiam atrapalhar as “causas”. Duas linhas retas destes pontos encontrariam num nó abaixo, Luiz Carlos Prestes e deste sairiam outras duas retas para mais abaixo encontrar dois pontos: Elza e Olga.
Olga, deportada para a Alemanha ainda numa época de apogeu do regime hitlerista, termina anos depois morrendo num campo de concentração na condição de judia e comunista, em nome da ideologia nazista. Elza é morta como desdobramento das práticas stalinistas, na simples suposição que havia traído o partido comunista.
Ao publicar “Elza, a Garota” numa edição especial da Nova Fronteira, descobre-se a história oculta por décadas e fecha-se o duplo triângulo linkado em Prestes, com dois regimes totalitários nos vértices de cima e duas mulheres, chacinadas em nome da defesa desses regimes, nos vértices de baixo. A publicação de “Olga” deixou a história pela metade, que agora se completa, numa memória trágica, condenado assim ambos os regimes.
Essa é uma história sempre bem escondida e nada divulgada do assassinato da jovem companheira de Miranda, secretário geral do PCB em 1936. Presos entre outros dirigentes do PCB, após a intentona comunista, Elvira Cupelo, de codinome Elza Fernandes (16 anos), foi libertada, ficando presos seu companheiro Miranda e seu irmão Cupelo entre outros.
Antes da prisão de Prestes, dirigentes do PCB foram sendo presos e a suspeita recaiu sobre Elza. Ela ficou em “prisão domiciliar” decidida pelo PCB em Guaratiba e depois transferida a uma casa em Guadalupe, após o tribunal constituído pelo PCB decidir sobre sua morte, mesmo sem nenhuma comprovação de que pudesse ter denunciado ou soubesse dos locais onde outros dirigentes estavam escondidos.
Como o assassinato -justiciamento- não era executado, Prestes em um bilhete de próprio punho exigiu o cumprimento da “pena”, em seguida executada de forma bárbara, por estrangulamento com fio, tendo seu corpo sido partido e enterrado no quintal da casa onde estava.
Em 1940, dois dos que participaram do assassinato -justiciamento- e que ainda estavam presos, resolveram contar a história. Para o ato da abertura do local, foram levados seu companheiro-marido e seu irmão, que viram escandalizados a brutalidade dos fatos, reagindo duramente e desligando-se do partido a partir dali.
Toda a documentação, as fotos do instituto médico legal, o bilhete de Luiz Carlos Prestes e os depoimentos estão disponíveis para consultas, num processo de quase 2 mil páginas do tribunal de segurança da época. Mesmo anos e anos mais tarde, Prestes nunca quis comentar este fato e quando perguntado pedia para não falar, pois se tratava de algo que nunca queria se lembrar.
A imprensa deu ampla cobertura aos fatos na época. O “esquecimento” posterior dificultou e até impossibilitou o contato com conhecidos e familiares. Por isso, Sergio Rodrigues tem que inserir juntos aos fatos documentados e a cobertura dos jornais, elementos prováveis em alguma medida romanceados.
A publicação de “Elza, a Garota” (como era conhecida) constrói um diagrama que estava incompleto com a publicação de “Olga”. Poder-se-ia desenhar dois pontos superiores separados, significando dois regimes para os quais as pessoas humanas específicas não tinham qualquer valor, ou pelo menos suas vidas não podiam atrapalhar as “causas”. Duas linhas retas destes pontos encontrariam num nó abaixo, Luiz Carlos Prestes e deste sairiam outras duas retas para mais abaixo encontrar dois pontos: Elza e Olga.
Olga, deportada para a Alemanha ainda numa época de apogeu do regime hitlerista, termina anos depois morrendo num campo de concentração na condição de judia e comunista, em nome da ideologia nazista. Elza é morta como desdobramento das práticas stalinistas, na simples suposição que havia traído o partido comunista.
Ao publicar “Elza, a Garota” numa edição especial da Nova Fronteira, descobre-se a história oculta por décadas e fecha-se o duplo triângulo linkado em Prestes, com dois regimes totalitários nos vértices de cima e duas mulheres, chacinadas em nome da defesa desses regimes, nos vértices de baixo. A publicação de “Olga” deixou a história pela metade, que agora se completa, numa memória trágica, condenado assim ambos os regimes.
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