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sexta-feira, 8 de fevereiro de 2008

O estado como um fim em si mesmo

por Jeffrey Nyquist
07 de fevereiro de 2008

Resumo:
Para o revolucionário socialista, o estado é mais do que o órgão de defesa e ordem civil da sociedade. Em mãos socialistas, o estado domina e esmaga, transforma e liquida. Foi Friedrich Nietzsche quem alertou, há muito tempo, que o estado estava tornando-se um substituto de Deus.
© 2008 MidiaSemMascara.org

“O estado, eu assim o digo, onde todos, os bons e os maus, são bebedores de veneno; o estado, onde todos, os bons e os maus, perdem a si mesmos; o estado, onde o suicídio lento de todos é chamado de ‘vida’. ”
- Friedrich Nietzsche, Assim Falou Zaratustra, 11

Continuando a partir do último artigo: O estado é um mal necessário. A sociedade não pode manter a liberdade sem os poderes de fazer guerra que o estado tem. Admitido este ponto, o estado é perigoso. Ele pode ser usado para destruir a liberdade. A história conta dos muitos generais que se tornaram donos do estado, de Júlio César a Napoleão Bonaparte. O historiador Jacob Burckhardt escreveu: “O poder é mau”. O homem moderno pensa no poder como algo bom, mas o poder freqüentemente corrompe aqueles que o detêm. Políticos ambiciosos, tal como Adolf Hitler, ou revolucionários bem-sucedidos como Lênin, tomaram o poder. Personalidades revolucionárias como essas são tipicamente corruptas desde o início. Com o poder, são aguda e descaradamente assassinas. Para o revolucionário socialista, o estado é mais do que o órgão de defesa e ordem civil da sociedade. Em mãos socialistas, o estado domina e esmaga, transforma e liquida. Foi Friedrich Nietzsche quem alertou, há muito tempo, que o estado estava tornando-se um substituto de Deus. “Tudo ele te dará, se tu adorares o novo ídolo”, escreveu Nietzsche. Sem pensar, as massas olham para o governo com a mesma esperança de salvação que outrora encontravam na religião. “Alimente-me”, grita cada um deles. “Dê-me trabalho”. “Dê-me vale-alimentação. Forneça-me tratamento de saúde, cuidado às crianças e aposentadoria na minha velhice.”
Os discípulos de Marx e Lênin há muito já se viam como minideuses. Era sua “missão histórica” destruir o sistema capitalista. Eles iriam eliminar a religião. O leão se deitaria ao lado do cordeiro. A promessa de paz na Terra levou-os a justificar o assassinato em grande escala. “Se as pessoas não nos obedecerem, não podemos construir o comunismo. Portanto, todos os que não estiverem conosco, estão contra nós.” Os materialistas dialéticos (i.e., os comunistas) não eram tementes a Deus. Nenhuma lei, nenhuma moralidade, nenhuma regra os constrangia. Em vez disso, acreditavam nas forças da história. Na realidade, acreditavam neles mesmos como a força movente na história. Eles eram revolucionários e a revolução era tudo. Sendo minideuses, queriam criar um mundo mais perfeito. Mas primeiro, foi decretada uma carnificina em massa!
Não deveríamos nos surpreender ao saber que o regime de execuções, assassinatos e tortura não trouxe o paraíso tal como fora prometido. Os ensandecidos deram um passo atrás, afastaram-se de sua ideologia e tentaram um novo ângulo de abordagem. Os assassinos em massa que fundaram a China comunista iniciaram conversações diplomáticas com Richard Nixon e adotaram o capitalismo de estado como meio de construir uma máquina de matar ainda maior. Entre 1956 e 1991, os russos gradualmente retiraram parte da casca stalinista e finalmente descartaram essa casca em 1991. Por vários anos houve uma democracia simulada em Moscou, a qual enganou muita gente. A polícia secreta, porém, ainda estava no comando por detrás do pano. O ex-chefe da KGB/FSB, Vladimir Putin então emergiu para abertamente dominar o país, tornando-se presidente por indicação, vencendo eleições através de fraude e intimidação. Uma vez que a KGB/FSB pode agir contra qualquer um na Rússia, não há contestação nem controle do poder da KGB; o estado russo tornou-se (há muito já era) um empreendimento criminoso – sem lei, moralidade ou senso comum. O estado russo é um covil de ladrões, tanto quanto o são muitos estados no mundo de hoje. Nietzsche disse que o estado, como ídolo, era um destruidor e seus líderes eram “homens loucos”.
O partido de Putin venceu as recentes eleições parlamentares na Rússia. Entre os eleitos, encontramos um deputado do recém-inventado Partido Liberal, chamado Alexander Lugovoy, um ex-agente da KGB acusado de assassinar o desertor da KGB/FSB Alexander Litvinenko (envenenado com polônio-210 radioativo no ano passado). Por que um matador treinado seria mandado ao parlamento? Os britânicos querem extraditar Lugovoy pelo assassinato de Litvinenko. Acontece que os membros do parlamento têm imunidade. Convenientemente, as altas autoridades russas recompensaram e protegeram seu assassino de uma só tacada.
“Oh, sim”, escreveu Nietzsche, “um artifício infernal foi aqui tramado, um cavalo da morte retinindo com os adornos de honras divinas.” Muito antes dos “campos da morte do Camboja”, muito antes do advento do gulag soviético ou do Lao Gai chinês e das cem milhões de vítimas do marxismo-leninismo, Nietzsche sabia que a morte em massa estava chegando. O estado havia se tornado o elemento essencial, o fator dominante e definitivo, a totalidade. Os estados absolutos do Oriente, tais como a Rússia e a China, possuem armas de destruição em massa – milhares de bombas de hidrogênio, toneladas de antraz, peste bubônica e varíola.
Em geral, recusamo-nos a compreender a conjunção do estado absoluto e a arma derradeira. Aqueles que aspiram ao poder absoluto, a despeito da justificação ideológica, são loucos. Eles não precisam crer em Alá ou na “ditadura do proletariado”. Esses são meros pretextos para tomar o poder e declarar guerra. Eles são guiados por uma necessidade patológica e dominados por uma presteza e aptidão em destruir quem quer que se ponha em seu caminho. Aqueles que obtêm controle absoluto do estado estão sempre em guerra com a humanidade. Estão em guerra e nunca em paz – o que é logicamente requerido por sua loucura.
O mesmo impulso que move o emergente ditador a tomar o trono, também o move a conquistar a arma de destruição em massa. É por essa razão que os ditadores da Terra buscam construir armas nucleares e biológicas e não se preocupam quanto às conseqüências para si mesmos ou para seus povos. E é uma questão de aritmética para crianças determinar contra qual país elas serão usadas. Os Estados Unidos jogaram a bomba no Japão para trazer um fim rápido a uma guerra sangrenta. A nova safra de ditadores quer usar armas nucleares para reverter a “hegemonia” dos Estados Unidos e iniciar uma era dominada por sua própria máquina estatal.
“Sim”, escreveu Nietzsche, “uma morte para muitos aqui foi tramada, uma que se glorifica e se honra como se vida fosse: deveras, é um serviço entusiástico para todos os pregadores da morte!”. O regime totalitário sempre trouxe morte, sempre significou morte; foi sempre liderado por loucos. Isto é natural, uma vez que loucos são necessários para criá-lo e mantê-lo. “Rumo ao trono todos eles se esforçam: é sua loucura – como se a felicidade sentasse no trono! Freqüentemente a imundície e a vileza sentam no trono – e, freqüentemente também, o trono se assenta sobre a imundície e a vileza”, observava Nietzsche. “Loucos eles todos me parecem, macacos em escalada, vorazes e repulsivos. Para mim, cheira muito mal o seu ídolo, o monstro gélido: cheiram mal eles todos, esses idólatras”.
Este é o estado como um fim em sim mesmo.
Fonte: Mídia Sem Máscara

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