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quarta-feira, 1 de outubro de 2008

UNASUL cria o Banco do SUL

Lula se diz apreensivo com crise internacional
Em encontro com Chávez, Morales e Correa, ativação do Banco do Sul volta à mesa de discussões.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse ontem que está apreensivo com a crise internacional. Ainda assim, falou que, apesar do risco de escassez de crédito iminente, não faltarão recursos para os projetos financiados pelas instituições oficiais.

"É como se eu recebesse a notícia de que um amigo meu está internado no hospital. Eu não estou doente, mas tenho receio do que pode acontecer, porque o Brasil é um país exportador e porque o País quer continuar crescendo", disse o presidente, que ontem se reuniu com seu colega da Venezuela, Hugo Chávez.

Chávez, que além de Lula se reuniu também com o equatoriano Rafael Correa e o boliviano Evo Morales, afirmou que nenhum país pode dizer que não será afetado. Por isso, foi enfático em sua defesa de ativação do Banco do Sul neste momento com o objetivo de blindar países sul-americanos contra a crise internacional. "Não podemos e não devemos perder mais um dia", disse Chávez, lembrando que seu país vem apresentando essa proposta há dez anos.

Alternativa – O Banco do Sul é uma iniciativa lançada pela Venezuela, com o apoio da Argentina, que funcionaria como uma alternativa ao Fundo Monetário Internacional (FMI) e ao Banco Mundial (Bird) na hora de tomar em empréstimo. Além do Brasil, da Argentina e Venezuela, são favoráveis à sua criação a Colômbia e o Equador.

"Há quase um ano assinamos, em Buenos Aires, mas, por assunto técnico, burocrático, não foi ativado nosso banco para que tenhamos nossas reservas internacionais, nossos recursos para investimento, para que manejemos nosso banco", disse Chávez.

Enquanto o presidente venezuelano tenta convencer seus parceiros da criação imediata do banco, o presidente Lula ressaltou que, apesar da crise, do risco da falta de crédito e de seu receio em relação ao impacto sobre outros países, não permitirá que faltem recursos para as coisas que o Brasil tem de cumprir.

O presidente brasileiro completou dizendo que é necessário "juízo e responsabilidade" neste momento para que as economias continuem na rota do crescimento. E mantendo o tom que empregou na última semana, Lula insistiu em que não seria justo que o Brasil e as economias menores fossem sacrificados porque o sistema financeiro americano portou-se como um cassino. "Nós fizemos a lição. Eles, não, e passaram as últimas três décadas nos dizendo o que tínhamos de fazer. Por ironia do destino, a crise agora é dos países ricos, e os emergentes é que estão sustentando o crescimento mundial", disparou.
Morales ataca o capitalismo em encontro com Lula
Segundo o presidente boliviano, os EUA querem nacionalizar a dívida dos ricos.
O presidente da Bolívia, Evo Morales, disse nesta terça-feira (30) ao chegar em Manaus (AM) para um encontro privado com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva que o capitalismo é o culpado pela crise financeira mundial. Morales reforçou as palavras do presidente da Venezuela, Hugo Chávez, que criticou o imperialismo dos Estados Unidos.
“Eu disse nas Nações Unidas que onde há capitalismo há saques, exportação e pobreza. E eu não me equivoquei”, afirmou.
Segundo ele, o capitalismo é um sistema político que “não é nenhuma solução para a humanidade que habita este planeta”, salientou.
“Como é possível que os pobres tenham que pagar o preço da crise dos ricos? Na Bolívia, nacionalizamos para que o povo tenha dinheiro. Nos Estados Unidos, querem nacionalizar a dívida e a crise da gente que tem dinheiro”, criticou o boliviano.
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