RENATA GIRALDI
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva se reuniu nesta quinta-feira com o ministro Nelson Jobim (Defesa) e o comandante do Exército, Enzo Martins Peri. Interlocutores informaram que Lula cobrou de ambos explicações do comandante Militar da Amazônia, general Augusto Heleno, que ontem atacou a a política indigenista do governo federal. Segundo Heleno, a política executada é "lamentável, para não dizer caótica".
Durante palestra realizada no Clube Militar, no centro do Rio, Heleno foi categórico ao criticar o governo, mas sem citar o impasse que envolve a reserva indígena da Raposa/Serra do Sol, em Roraima.
"A política indigenista brasileira está completamente dissociada do processo histórico de colonização do nosso país. Precisa ser revista com urgência. (...) É só ir lá ver as comunidades indígenas para ver que essa política é lamentável, para não dizer caótica", disse Heleno.
O general disse ainda que: "Pela primeira vez estamos escutando coisas que nunca escutamos na história do Brasil. Negócio de índio e não-índio? No bairro da Liberdade, em São Paulo, vai ter japonês e não-japonês? Só entra quem é japonês? Como um brasileiro não pode entrar numa terra porque é uma terra indígena?".
A cobrança de Lula por explicações sobre as críticas de Heleno ocorre justamente no momento que Defesa, Planejamento e as Forças Armadas negociam o reajuste para os militares. A expectativa é que o governo anuncie o percentual a ser concedido para categoria nesta sexta-feira.
Amanhã Lula participa das comemorações dos 360 anos do Exército. A cerimônia será realizada com a presença do presidente, o ministro da Defesa, o comandante do Exército e também dos demais generais que ocupam cargos de chefia na Força.
A expectativa é que o governo anuncie um percentual que será repassado de forma escalonada. Técnicos do governo se reuniram nos últimos dias para definir esses detalhes.
Fonte: Folha de São Paulo
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sexta-feira, 18 de abril de 2008
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