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terça-feira, 15 de julho de 2008

Boi pirata vira mico em leilão da Conab

O leilão de 3.500 cabeças de gado da raça nelore realizado ontem pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) terminou em retumbante fracasso, sem que interessados apresentassem uma única oferta. Segundo o ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, o problema não foi a falta de comprador, mas o preço.

Os animais foram apreendidos na região de Terra do Meio, no Pará, e fazem parte da Operação Boi Pirata, que começou no início de junho. O preço de abertura de todos os lotes somados foi de R$ 3,9 milhões, valor que teria inibido potenciais compradores e transformado o boi pirata em mico.

Esperança – Minc, que participou ontem da 60ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência, em Campinas, espera que, no segundo ou terceiro leilão, o rebanho dos bois piratas seja vendido. "Minha esperança é que aconteça com o leilão do boi pirata o que aconteceu com o leilão do terreno da Ingá Mercantil", disse Minc, citando o caso de um dos maiores passivos ambientais do estado do Rio de Janeiro, arrematado pela Usiminas, no final de junho, por R$ 72 milhões, valor 40% inferior ao preço mínimo proposto.

O próximo leilão do gado apreendido está marcado para a próxima segunda-feira. Em nota, o diretor de Proteção Ambiental do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Flávio Montiel, afirmou que o resultado do leilão de ontem provocará um deságio no preço inicialmente proposto. O novo valor deve ser reavaliado durante a semana, levando em consideração gastos com o deslocamento do gado da região.

Na nota, o Ibama informa que o gado apreendido permanece sob a guarda de policiais militares e que quem arrematar o 'boi pirata' terá segurança para retirá-lo da Terra do Meio. O dinheiro arrecado com a venda dos animais será revertido para as ações do programa Fome Zero, do Ministério do Desenvolvimento Social. (AE)
Diário do Comércio

Comento: Não se surpreenda se esse gado for comprado por fazendeiros do Pará. Leia o próximo post (acima).

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