FARC sofrem mais um duro golpe: Raúl Reyes está morto!
É o começo do fim?
No início de fevereiro, divulgamos aqui que Pedro Antonio Marín, vulgo "Manuel Marulanda", o todo poderoso das Farc, está com câncer. Porém, diversas fontes colombianas dizem que Marulanda já faleceu.
No dia 2 de fevereiro, "Doris Adriana", uma das principais líderes femininas das FARC, acusada de assassinatos a sangue frio de civis e militares, foi presa quando estava tentando fugir para a Venezuela.
No dia 4 de fevereiro realizou-se o movimento "NO MAS FARC" nas principais capitais do planeta deixando claro que a população mundial não apoia às Farc (que possuem cerca de 3.000 seqüestrados, dos quais só se conhece a identidade de cerca de 750), condena suas atitudes, exige a libertação de todos os seqüestrados e não os considera o Exército do povo.
Na última quarta feira, Hely Mejía Mendoza, o "Martin Sombra", foi capturado pela policia Colombiana.
Em meio a isso tudo, conforme publicado aqui, 600 guerrilheiros presos não querem nem pensar em voltar para as FARC e a deserção de combatentes já atinge cerca de seis guerrilheiros por dia, o que prova o espaço político que as FARC vem perdendo.
Hoje as FARC sofreram mais um duro golpe!
Foi a vez de "Raúl Reyes", cujo nome real era Luis Edgar Devia Silva, o segundo chefão das FARC, cuja cabeça estava valendo US$ 5 milhões, que foi morto nessa madrugada pelo exército colombiano, com pelo menos mais 10 guerrilheiros, em uma operação dentro do território equatoriano, a 1.800 metros da fronteira com a Colômbia, próxima ao povoado de Teteyé, no departamento de Putumayo, conforme informou Juan Manuel Santos, ministro da Defesa Colombiana.
Ele era "vice" de Manuel Marulanda, o Tirofijo, legendário fundador e comandante das FARC.
Além de líder era o porta-voz nas relações públicas das FARC e, acima de tudo, também o articulador da propaganda chavista e dos créditos dos resgates atribuídos ao presidente venezuelano Hugo Chávez.
Com a morte de Raúl Reyes, Álvaro Uribe, presidente da Colômbia, provavelmente põe fim à participação de Hugo Chávez no resgate de reféns.
Por outro lado, o lado negativo, a morte de Raúl dificulta mais ainda a possibilidade do resgate urgente de Ingrid Betancourt, cujo frágil estado de saúde é motivo de enorme pressão pela mídia internacional e pela esquerda mundial.
A primeira critica quanto a ação que matou dirigente das FARC veio do presidente da França. Em nota oficial, Sarkozy reivindicou:
"A morte de um membro de alto escalão das FARC, Raul Reyes, em operações militares aparentemente direcionadas, acontece num momento crucial, quando todos os esforços deviam ser canalizados para reforçar o impulso positivo que começou com a libertação unilateral de vários reféns"
A segunda veio do presidente do Equador, Rafael Correa, que classificou a operação como um "massacre" e uma "agressão" ao Equador por parte da Colômbia e colocou em alerta as tropas fronteiriças equatorianas. Escute as declarações de Rafael Correa.
A terceira, e esperada, veio do presidente Hugo Chávez que acusado a Colômbia de violar a soberania do Equador e advertiu Uribe "que tenga mucho cuidado!" e "causas belli", é motivo de guerra.
Na operação em que morreram pelo menos mais 10 guerrilheiros, morreu também o militar colombiano Carlos Hernández. O presidente Álvaro Uribe expressou suas condolências a família do soldado: "Es un héroe, al que esta y las generaciones futuras tenemos que agradecer".
O vice-presidente colombiano, Francisco Santos, denunciará na próxima segunda-feira, dia 3, na sessão de abertura do Conselho de Direitos Humanos da ONU em Genebra, a situação vivida pelos reféns, as condições infames nas quais são mantidos e a desumana prática do seqüestro por parte das FARC.
Outras Baixas importantes:
17 de fevereiro de 2006:
Giovanny David Santamaría, o "Rubén" ou "Popeye", que participou do seqüestro e morte do governador colombiano, Juan Guillermo Gaviria, do ex ministro de Defesa Gilberto Echeverri e de mais nove militares, foi morto em combate com o Exército no noroeste da Colômbia.
15 de junho de 2007:
Milton Sierra, o "Jota Jota", chefe da frente urbana das FARC na cidade de Cali, que seqüestrou 12 legisladores regionais (11 deles assassinados em 18 de junho de 2007) e que tem mais 60 assassinatos e m sua ficha, foi morto em combate no rio Calambre, no Valle del Cauca.
01 de setembro de 2007:
Tomás Medina Caracas, o "Negro Acácio", cérebro responsável pelo tráfico de cocaína e pela compra de armas, foi morto em combate na região de Vichada.
25 de outubro de 2007:
Gustavo Rueda Díaz, o "Martín Caballero", chefe da frente 37 na costa caribenha, que seqüestrou o ministro de Relações Exteriores, Fernando Araújo, fracassou no atentado contra Bill Clinton, durante sua visita a Cartagena e é acusado do assassinato de 218 militares e 420 civis, foi morto em combate junto com outros 19 guerrilheiros, em Montes de María, no norte da Bolívia.
Mais sobre Raúl Reyes:
Última aparição de Raul Reyes, saudando o Segundo Congresso Continental Bolivariano realizado em Quito entre 24 e 27 de fevereiro.
Última entrevista concedida por Raúl Reyes.
Entrevista concedida por Raúl Reyes para a Revista Época.
Manifesto das FARC em nome de Raúl saudando a reeleição de Lula.
Imagens do cadáver de Raúl Reyes
Vídeo da chegada do corpo de Raúl Reyes em Bogotá
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sábado, 1 de março de 2008
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